Os
cílios da noite e seus cilícios
Afagam
crimes hediondos
Que
o dia não podia acobertar.
Há
um crime hediondo
No
olhar coberto de ternura.
Há
medo em cada olhar,
E
o medo anda armado
De
mais medo e de armas contra ele.
O
silêncio é um cilício
Que
dissimula o medo
Quando
o silêncio passa sem olhar.
Mas
o silêncio também pode matar.
A
amada pode matar.
O
beco transforma as pessoas.
As
luzes artificiais da noite
Disseminam
a confusão nos olhares.
As
luzes que violentam a noite
Com
suas promessas de alegria e afeto,
Com
suas promessas ansiolíticas.
Escrevo
isto em um banco
De
uma pacata praça
De
uma pacata cidade
E
pretendo lê-lo.
No
momento, esta é minha esperança
(Pacata
esperança)
De
retomar o real afeto.
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