Todo
olhar é um gesto de outro olhar,
Simula
outra parte do corpo,
Do
próprio corpo, do corpo do outro,
Do
outro próprio corpo.
Todo
olhar é a simulação
De
um estofo múltiplo de olhares
De
origens diversas dissimulando a própria origem.
Há
uma vagina devoradora
Em
cada poro do corpo,
Cada
uma delas tentando olhar
A
devoração como usina sensual
Criadora
de outros corpos.
Todo
orifício é sagrado
Nesta
metafísica da imanência,
Todo
orifício é usina sagrada.
Toda
vez que um olho,
Mesmo
sendo do próprio corpo,
Olha
o corpo,
Há
um fenômeno diverso de corpo,
Há
uma corporificação nova
Estimulando
a latente.
O
corpo criador, divino e imanente,
Sacraliza
os poros da folha de papel
Ao
testá-lo no sacrifício.
Os
olhares se entrecruzam
E
o corpo é o sacrifício.
A
ausência de pele
Encontrou
sua verdade vermelha e branca.
A
verdade santa,
A
crença concreta, lanhada, arranhada.
Dos
olhos, agora, só o orifício.
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