Em
El Salvador, nos anos 80,
Um
preso político foi violentado
Por
uma fila de soldados durante dias.
Em
alguma rua perto da minha
Uma
mulher
(Teoricamente
livre e suficientemente politizada)
É
violentada por um grupo de jovens
Em
dia de farra.
Em
El Salvador e aqui
O
sangue vazou como água.
Talvez
80 homens ou mais
Fiquem
excitados logo ao ler este poema,
Assim
como os soldados
Dos
anos 80.
Em
El Salvador não houve,
Como
aqui também não,
Salvação
perante a fila imensa,
E
à mulher ainda foi transmitida
Uma
doença
E
uma gravidez que uma bancada evangélica
Quer
que permaneça.
No
momento em que escurece um pouco na mente
Esta
relação analógica,
Outra
lógica anal assume a atenção:
A
atriz sorri dolorida para a câmera
Enquanto
o ator administra
A
abertura do espéculo.
O
retira e em um lapso
A
câmera dá close no prolapso.
Por
efeito de alguma perturbação em minha mente,
No
momento em que o ator iria lambê-lo,
O
prolapso, negando qualquer costura futura,
Salta
da atriz e o estrangula,
Coberto
de sangue e pus
Como
em um filme B.
A
atriz, que estava grávida,
Morre
parindo o bebê,
Que
rasteja até o prolapso,
Que
por sua vez se enrola nele com carinho
Como
um novo cordão umbilical
Que
não quer se cortar.
O
bebê se sente aconchegado
No
resto das fezes do prolpaso
(A
atriz não tinha feito direito o enema)
E
para de chorar.
Ele
olha para a câmera e o filme termina.
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