Com
o sabor lúdico
De
um Platão pós-moderno,
Absorvo
sua alma com o sorvo de um beijo
E
a assopro na base do narguilé
Para
fumá-la
E
então lha devolver
Revivendo
seus olhos
Agora
com azo mais asiático,
Intoxicados
com a própria alma.
Sempre
busco sua beleza.
Há
beleza em seu corpo,
Em
seu discurso de rocambole
(Barroco
e doce),
Em
seu odor e hálito polígamo
Da
glote poliglota,
Nos
seus jogos animais e estudados
De
um primata polímata.
Mas
quero a beleza que estranha o mundo,
Que
extravie o travo das travas
Em
tragos de trevas,
O
susto, primordial e contemporâneo,
O
susto absoluto,
Que
surpreende o susto
Em
sua banalidade arrependida.
Quero
ver, de início, seu corpo no escuro
Dialogando
com as sombras
Apenas
com a imperceptível umidade
De
um olhar estranhamente emocionado;
Depois
as mutações, o corpo fragmentado,
Os
jogos de luz e sombra
Que
sua alma amentolada for praticando
Com
seu corpo assombrado,
Os
olhos gueixos travando solitários
Já
na imensa noite
Batalhas
de espadas alucinadas
De
samuraios expectorados
Dos
bruscos contatos;
E
então fazer com os gestos compreender
Que
a androginia é um mito muito belo,
Mas
que o futuro
É
esta noite assombrada,
Esta
imensa noite de sombra e luz
Onde
os focos se alteram a cada passo.
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