Há
muita agressividade, às vezes, em um olhar amoroso.
A
retina quer aprisionar a imagem do corpo alheio,
Retirar
a liberdade deste corpo
Pensando
em com isto conferir outra liberdade.
O
olhar amoroso canibaliza o corpo alheio,
Pois
sabe que o canibalismo é um ato sagrado,
Um
ato de fé, apaixonado.
Porém
de busca de poder também.
A
retina sabe o que sobra e o que se retira do corpo alheio.
Ela
não é alheia a nada, nem à fé nem ao poder.
Um
olhar amoroso é quando o globo ocular
Tenta
calcular a ilusão de que o globo terrestre
Não
pode ocultar o objeto de desejo,
E
que este objeto, que não é objeto,
É
passível de inspeção detalhada
E
apreensão de alguma essência maturada.
Mesmo
sabendo que não há nada no corpo alheio
Além
do corpo, o olhar amoroso nele vê
O
maior anseio ao poder e à fé.
O
amor seja isto, talvez: uma imagem motivada.
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