Para Hercília Fernandes
A
história das relações é sempre lacunar.
O
que preenche a deficiência ontológica
A
que a abertura ao outro condena?
A
consciência da carência, da falta,
Da
saudade da proximidade
Imaginada
e depois realizada
Pela
comunicação da própria lacuna,
Pela
voz da própria contingência,
Pelo
desejo de discurso, discurso encorpado
Pela
momentânea revolta do corpo e da consciência,
Do
cogito que cogita outra presença
Porque
não aceita um estado
De
total permanência?
Serão
os nós do eu, os nós do outro, os nós de nós
As
linhas enoveladas
De
uma partitura sem maestro,
Os
cios do som e os sons do cio após?
Sons
do cio silente como as reticências
De
uma lacuna onde cabe pela ausência
A
autêntica história, o autêntico amor,
A
autêntica ilusão, o autêntico estro
De
toda autêntica criação.
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