Um
ritmo natural oculto na dobra de um dendrobium
Germina
calma na textura de meu dedo, como um texto
Esperando
o ócio passar para ser lido e ter as palavras
Levemente
absorvidas por uma mente absorta
Que
pretende não usá-las em favor de qualquer reintegração [prática.
Há
sempre uma ética e uma poética na dobra das coisas,
Com
seu ritmo próprio e sua insuspeitada capacidade
De
ultrapassar o limite de suas bordas,
Atingir
a realidade de modo inverso, pela potência da [impraticidade.
A
árvore da vida acalmou ainda mais a existência
Ociosa
de minha pele, a leu ao léu das dunas do que havia para ler.
Porém
um leve adormecimento nas pernas me impele a caminhar [um pouco.
Um
amigo da zona rural passa e carrega o sotaque de poesia:
“Oi,
óia só, o sor drobô”!
Anoitecia.
Olhei
com a fímbria do olho e brinquei mesclando mentalmente
A
poesia com o pedantismo farto:
“O
sor drobô, parece um dendróbio
-
Dendrobium fimbriatum”!
Nenhum comentário:
Postar um comentário