Minha
idolatria
Faz
os pés das mulheres percorrerem as águas
Abençoando
e curando como Cristo.
Alguma
transformação
Também
ocorre em seus seios.
Minha
idolatria
Busca
a naturalidade de si
E
das mulheres.
Mas
nenhuma idolatria é natural
E
disto ela se alimenta.
As
mulheres manipulam a matéria
Mas
ainda não sabem disto.
Minha
idolatria
Talvez
queira fazê-las saber.
Anjos
de olhos chamuscados
Flanando
como sombras nas ruas
Me
permitem imaginar
Que
o mistério
Ainda
vale a pena ser sentido
E
sacralizado de sentido.
Insisto
na idolatria do mistério e das mulheres,
E
na idolatria de suas relações.
Não
há pedestal nesta idolatria
Porque
o mistério não tem templo.
Sinto
nas mulheres a água e o fogo
Confabulando
reações inesperadas.
A
boca das mulheres é a vertigem,
A
abertura do horizonte
De
muitas explicações procuradas,
Mas
através do mistério.
As
mulheres são seres de bocas profundas,
Mais
profundas que elas mesmas.
Há
muita profundidade nas mulheres,
E
quando percebem isto,
Enlouquecem
ou salvam a existência de todos.
Todos
os dias mulheres enlouquecem
E
salvam nossa existência.
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