Uma
teofania se concentra
No
itinerário de meu sangue.
Minhas
veias são um templo
Que
transborda quando ofendido
E
empapa o mundo
De
sacrilégio e consagração
Quando
tem o portão fendido.
O
sagrado é vermelho
E
irriga o corpo e o mundo.
Irriga
um espaço, o alimento,
Um
ato humano, um momento,
E
o sexo, a cerimônia do sexo.
O
sagrado é sacrílego
Em
sua forma mais autêntica,
É
assassino de Deus,
Teme
a si mesmo, e não a Deus,
E
este temor é o prazer da fascinação
Do
vermelho que irriga o templo.
O
sagrado é a habitação no verbo
Que
não se diz, no verbo morto
Ou
suspenso, no verbo sem valor
Repleto
de significado de tudo,
No
verbo reverberando na vibração
Do
sangue irrigando o templo.
Um
ferimento é um alvorecer
No
templo de tudo.
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