Nestas
ruas noturnas há muito cão.
Alguns
aí estão por causa de donos imbecis,
Outros
pela ausência de donos.
De
qualquer modo passam frio e fome.
Às
vezes fico tentado a querer vê-los mortos,
Assim
como Sade em um acesso de falsa esquerda
Queria
ver mortos os indigentes e seu sofrimento
Perante
um Estado inoperante.
Às
vezes os observo devorando gatos,
Estraçalhando-os
cada um ao seu lado.
O
sangue matutino não será só do pôr-do-sol,
Eu
sempre soube.
Schopenhauer
também era um estúpido sabido:
A
Natureza é cruel, não só o homem.
Casou-se
com um cão, enfim...
Alguns
rústicos das antigas ainda se casam com animais.
Hoje
existe a discussão sobre zoofilia e crime.
Estas
discussões ofendem minha inteligência
E
paciência.
Os
cães me perseguem na noite,
Alguns
medrosos, outros raivosos.
Os
malditos sabem o que pensamos
Através
da ausência de pensamento deles.
Tento
dispersá-los, mas sei
Que
nunca fugiremos dos cães.
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