Um
balé menstruado cora a bússola da noite,
Decora
de improviso novas possibilidades
De
luzes cruzando as ruas.
Bebês
nascem neste balé,
E
são amamentados pelos passos fiatlucíferos
Como
anticristos de pele alvirósea
Desfiando
um rosário meio arrependido, oscilante
De
investigações teológicas pela boca dos becos
Mais
corcundas, de rostos escondidos,
Dentes
omitidos, endereços mentidos.
A
bailarina quer beber todo o pus noturno
Que
vaza na escuridão graduada.
Uma
mulher vai se matar e o balé a envolve
Em
uma série de digressões e práticas
De
posições corporais específicas
Que
parodiam e enganam a morte;
A
bala do revólver revolve
Uma
surpreendente balística teatral
E
talvez a noite acabe se fechando
Em
seu ventre com esta peça,
A
não ser que peça mais um pouco de tempo
Para
que a bailarina considere e salve
O
resto do mundo.
Mas
talvez ela não veja muito sentido nisto.
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