Meu
corpo fora do sonho,
Mas
repleto de sono,
Percebeu
pelo esgar da palpitação sanguínea
Que
ela o sonhava na massagem estática
Das
fibras de seu próprio sono,
Das
fibras semiconscientes
Que
fizeram coligir uma sonoplastia
Que
harmonizava o sono ao sonho
E
um sonho ao outro,
Sem
mais compreender em detalhes
De
quem era um sonho e de quem o outro
Até
que a distância dos corpos sônicos
Fora
do sonho,
Mas
talvez sonhados pelo sono,
Sugeriu
timidamente
Uma
forma especial de reconhecimento,
Pelo
espaço em branco,
Mas
recheado de todas as coisas do mundo
(Sonhadas
e não sonhadas),
Entre
um e outro corpo,
Talvez
agora ainda mais sonhados
Pelo
sono e pela vaga sonoplastia,
A
sonoplastia dos pelos
Eriçados
pelo frio,
Do
desejo barroquizando veias e órgãos,
Desejo
vago pelos espaços vagos do mundo,
Pela
vaguidez das próprias coisas
Que
logo serão engolidas
Pela
sintética garganta de Big-Bang
Do
galo e seu rouco rococoricó.
Meu
corpo sonhado pelo sonho alheio,
Pelo
meu e pelo outro sono,
Pela
sonoplastia que plugou
Através
do labirinto da distância
A
sonhadora acordada em sonho
Que,
pelo sono, me sonhava
Do
meu lado, não será mais o mesmo.
Nenhum
corpo é o mesmo
Após
sonhar.
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