Neste
exato momento
Algum
casal apaixonado
(Ou
não apaixonado)
Está
transando,
Alguém
está sendo assassinado
Neste
ou naquele beco,
Ou
em beco algum
Mas
em qualquer outro lugar
Pois
todos os lugares
São
de matar e morrer.
Um
casal transando
E
alguém sendo assassinado.
Talvez
o prazer do casal
Se
confunda com o do assassino,
E
a dor da vítima
Se
confunda com a de outro alguém
Que
neste exato momento
Está
sendo violentado
(Talvez
uma criança,
Uma
criança abusada
Por
algum ente familiar
Dentro
da própria casa),
Ou
com a dor de uma criança
Esmolando
no farol.
Talvez
o prazer do abusador
Se
confunda com o prazer do casal
E
do assassino,
Pois
o prazer (também a dor)
Não
distingue contexto.
O
presente é o reconhecimento da vida;
Por
isto estou, neste exato momento,
Tentando
ser o mais exato possível
No
objetivo de absorver tudo isto.
Não
estou bem,
Estou
profundamente perturbado.
Estou
escrevendo este poema
E
não posso fazer mais nada agora,
E
talvez nem depois,
Nem
em termos da satisfação do prazer
Nem
em termos do apaziguamento
Da
dor.
Estou
profundamente perturbado.
O
presente não tem fim
Quando
a vida se reconhece.
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