O
filho em um surto de vidência
Prevê
o câncer de mama da mãe,
Pára
de mamar e morde o seio com violência
Até
que a mãe, ao se ver sangrar,
Pressiona
com a mão a cabeça do filho malsão,
Do
filho maldito que ela prevê
Poeta
ao algo pior do tipo
E o faz estatelar no chão
Aéreo
de estrelas que a janela permite.
A
criança, deprimida, insiste na mordida
E
ataca, pelo odor e por amor, o local de onde saiu.
Retornar
ao ventre: o sonho,
A
utopia de toda criança.
Toda
criança é amante das vísceras,
É
visceral e devoradora
Como
o local de onde saiu.
A
mãe, arrependida, incentiva esta mutilação;
Incentiva,
enfim, a mutilação do retorno,
Quando
a mutilação ainda não havia...
Há
uma criança em cada espelho do dia.
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