Há
estranheza nas coisas.
Há
estranheza no homem.
A
estranheza é natural, mas não é fácil.
A
estranheza é uma conquista
Da
impotência,
Da
legitimidade do homem.
O
passo desviante da rotina
Que
o esquecimento guia,
As
sílabas desconexas ao palato do sono
Ou
mesmo na vigília profunda,
O
braço que se ergue
Como
se um inimigo fosse surgir imprevisto,
Tudo
isto é impotência,
O
homem é tudo isto,
Este
coágulo de desvio, de estranheza,
O
curto-circuito na fiação narrativa,
Na
fiação da própria narração.
E
nesta filiação à impotência,
Negada
pelo próprio homem,
É
que tudo o que é humano pode ser o que se é.
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