Imagino
uma espécie de carícia
Em
suas papilas gustativas
Incendiadas
pela fome.
Esboço
gestos de água
Relacionando
meus dedos
Com
minha própria saliva
Enquanto
degusta um doce com creme.
Um
folículo de luz treme
Na
gota da língua
Com
o mesmo rumor de queda
Que
o sol investe na gota da folha.
O
odor do cabelo será o sabor do doce
E
vice-versa no prazer
Microscópico
de análises clínicas
Que
amplio nas pequenas coisas vastas
Ou
na ilusão delas.
Quando
o doce desce na garganta
Você
fica inteira doce
E
nem há tanto sentimento nisto:
Você
fica doce,
Seu
sabor deve mudar no olfato,
Seu
odor deve acentuar no palato
Um
apelo adocicado que começou
No
labirinto meio ordenado do cabelo.
Doce,
docilidade no andar pétalo e cremoso,
Creme
de rosas sujando o chão
E
pedindo para ser limpo
Humilde
e docilmente.
Direciona
à língua com o dedo
A
réstia no canto da boca
E
sorri com o próprio prazer
Um
sorriso doce e malicioso
Como
se estivesse guardando no corpo
O
segredo da emancipação maior
Da
humanidade.
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