Uma
mulher, sem querer,
Cuspiu
sua luz em minha boca.
A
ponta orvalhada de uns cílios
Quase
sonhou um brilho equívoco.
Uma
beleza errante procura
O
momento de um drama,
Aguarda
a lucidez de outra situação
Que
a agencie e exalte.
O
gosto do abismo assalta
Meus
pés de asas feridas.
Adentro
um tufão
De
salivas e palavras
(Salivas
enteiando palavras).
A
fumaça dos carros
Se
mistura à saliva e ao palavrório.
A
beleza (com alguns inconfessos
Desejos
de zimbório)
Distorce
o rosto das pessoas
Que
passam pelas ruas.
Vai
distorcendo, transformando
Tudo
ao redor, provisoriamente,
Líquida,
esvoante, sem parada.
Eu
a perdi novamente.
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