Passeando
por um parque,
De
madrugada,
Você
meiossorri, senta no banco
E
seu corpo inicia
Uma
imperceptível transfiguração.
Não
há ninguém na madrugada,
Só
árvores, bancos
E
um pouco de terra.
Mas
eu consigo captar os indícios.
Seus
cílios se assemelham
A
Sêmele: se assemelam.
Aquele
das árvores
-
O vento - te liberta os cabelos,
Lufante
carícia, carícia a lufanar.
Não
há nada, ninguém,
Nem
bebida, nem dança,
A
não ser a do vento,
A
não ser sua saliva
Que
experimento por momento
No
presente do passado
(Santo
Agostinho
A
definir a transcendência do meu prazer).
Você
não fala, só meiossorri
Com
os olhos bêbados
De
ausência de bebida.
Ou
então por causa
Da
noite com a qual comunga
Sem
diretamente perceber,
Ou
do vento libertador.
Você
não fala, não grita,
Não
corre, bacante cansada que é,
Bacante
que gosta de banco de parque...
Você,
a lua e o vento:
Mênade
ménage que invento
Para
poder acompanhar
O
labirinto do desejo
Que
no seu corpo
É
menos grito e mais calar.
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