A
promiscuidade de uma sombra
Esfria
no canto de uma esquina.
Meus
olhos esquentam
Por
causa da luz da sombra.
Vejo
um casal sentado em um bar
Conversando
por rede social no celular.
Por
um momento minha inspecção
Confunde
a subjetividade de um no outro,
Transferindo
a de um para o outro.
As
personae online se mesclam
Com
a subjetividade de ambos trocada
E
no ínterim altera a realidade
(Não
sei se mais a minha ou mais a deles).
A
(auto)biografia ficcionalizada deles
(Toda
(auto)biografia tem sua ficção)
Se
exibe em um fio de cabelo que cai
Da
cabeça dele ou dela
(Não
sei quem é ele e quem é ela,
Digo,
não sei quem é o homem e quem a mulher,
Digo,
não sei ao certo
O
que é homem e o que é mulher).
Agora
estou online.
Agora
não mais.
Não
faz tanta diferença.
Uma
nuvem promíscua chove.
Limpa
a sujeira, menos a divina.
Há
uma mistura de intenções aqui e ali.
Encontrar
pessoas na rua é erotismo,
Ainda
que latente
(Porém
não sou freudiano).
Uma
mulher passa e leva junto
Toda
a elaboração do meu mecanismo desejante
Que
continua exercendo sua função indefinidamente.
(Não
sou freudiano.
Freud
é brilhante).
As
femmes fatales não existem.
Por
isto, existem bastantes.
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