Assisto
a uma panicat
Lambendo
comida nos pés de uma anã.
Um
corpo de elite lambendo
Um
corpo marginalizado
Em
nome de um único freak show.
Corpos
marginalizados, corpos de elite...
Vejo
a fotografia de uma mulher
Com
consequências de poliomielite
E
também de uma mulher amputada.
Alguns
sempre imputam a denominação “puta”
Para
qualquer corpo em exposição,
Mas
e quando o corpo é deformação?
A
anã se sente mal, mas a panicat se sente pior.
O
corpo marginalizado humilha
O
corpo de elite ao se humilhar.
Então
o corpo da panicat deixa extravasar
Seu
lado freak, se torna mutante,
Agencia
na devoção forçada
Sua
musculatura dúbia que oscila
Entre
o feminino e o masculino
E
seu asco se acentua pela rouquidão da voz.
A
panicat e a anã
Fizeram
seu ritual de devoção,
E
o terrível devoteísmo que poderia
Advir
das fotografias
É
completamente subjugado.
Eu
também, aqui, fiquei exposto.
Meu
corpo é o mesmo após?
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