Às
vezes observo a água escorrendo
Da
torneira, do chuveiro.
Às
vezes até um vulto que lembra
A
silhueta de Pessanha
Passa,
pelo filtro da água, como imagem
Que
não se fixa na retina.
Talvez
seja esta a peçonha
Da
serpente cristalina:
Não
fixar as imagens em sua liquidez,
Em
seu devir fluido.
A
imagem vaga do amor,
Que
pode tomar qualquer forma,
Também
passa;
A
imagem mais liquefeita,
Mais
afeita ao líquido,
À
fluidez deste devir desde sempre.
Meu
suor se mistura a este fluido
E
ao amor...
O
amor é líquido,
Mas
já acreditaram que a vida é líquida...
O
amor é vida, Hilda?
Qual
o estado do amor?
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