Ela
anda nas ruas desempregada,
Desrumada
e desarrumada,
Não
há nada que seus pés não passem,
Vê
a cidade com olhos panópticos
Que
buscam uma espécie imprecisa
De
liberdade, de paz,
Mas
há sempre a saudade
Que
assola uma rua passada,
Que
soluça em uma calçada,
Que
calça o luto de um momento
Impercebido
que não volta,
Mas
a ausência de retorno
É
a mesma que possibilita a corrupção
De
uma coisa em outra
E
que promove outra visão
De
uma coisa e de outra,
Espreita
e espectra a cidade
Em
seu panorama e detalhes,
Fuma
a maconha que da cidade emana,
Inala
a cocaína que a cidade evade,
Invade
o sentimento
Na
indiferença das coisas,
Saboreia
a vertigem da razão
Das
coisas em sua ausência de função,
O
fardo é andar,
A
cidade é um templo
E
sua religião não é percebida,
Ela
anda como se respirasse,
Busca
o amor nas ruas,
O
ódio, a liberdade, a paz,
Ela
sofre quando a cidade acorda,
Há
prazer neste sofrimento,
É
preciso andar até a morte.
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