O
perfume nostálgico da mulher que amei
Se
mistura com o odor ácido e enjoado
Da
urina que monopoliza a sugestão olfativa
Daquela
esquina mal iluminada.
Esta
mistura suscita, de modo inesperado,
Um
novo agenciamento na memória
E
o nojo invade minha sensação de amor.
Tento
purificar minha memória
Indo
até uma praça para que o odor
De
folhas úmidas aguce
Uma
nova ilha de sensações.
Há
sangue em algumas folhas mortas:
Houve
briga, e bem violenta.
O
odor do sangue ativa a sensação dúbia
De
sofrimento e nascimento.
Minha
memória sofre e renasce,
E
assim minhas lembranças sofridas
São
ao mesmo tempo lúdicas,
São
crianças que viveram bastante,
E
o tempo as fez, neste momento,
Mais
infantis em sua seriedade.
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