Uma
Salomé aprende a dançar na multidão.
Recostado
a um café devasso,
Devasso
seu olhar como um Herodes contemporâneo,
E
meu ridículo cesário me permite
Articular
mentalmente espécies de odes de Eros
A
esta figura estéril (de seis filhos).
Salomé
histórica traída pela própria história,
Se
transforma em uma Eva pandórica.
Agórica,
seu ínsulo e perfeito olhar se insulamita agora
Em
algum outro mito com a imediatez de um insulto brusco
Como
se, fescênia, procurasse um fator etrusco
Que
confrontasse e metamorfoseasse tradições.
É
insulado, porém sibarita no olhar
Chispas
que regam seu regaço,
Mas
com um ar indolente insuflado
Que,
de inflado, faz com que se amoleça
Como
o creme do doce que, doce e meiga, experimenta.
Começa
então a nadar na multidão como Nadja.
Como
a realização do método crítico-paranóico,
Meu
olhar a partir dali simultaneia
Helena
de Tróia, Vênus, Diana, Herodíades...
Anadiómena,
homenageia uma flor
Fazendo
concha com as palmas das mãos.
Sente
o fardo da mitologia,
Sente
o fardo do meu olhar.
Se
sente mulher, se vê mulher. Chora...
Depois
para de chorar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário