O
odor das mãos
Permanece
no alimento.
Acabo
me alimentando
Do
odor de suas mãos.
O
alimento – que sobra –
É
a sobremesa do seu odor,
E
a maciez de seus dedos
Influi
na textura
Do
que sobrou
E
não mais sobra.
Toquei
o lenço
Para
limpar a boca
E
confundi
Com
de um de seu dedo
A
frágil dobra:
O
odor, a maciez.
Encontrei
o outro lenço.
Me
limpei, mas ainda
Havia
a maçã,
Que
também confundi
Com
sua boca
Que
o amor cobra.
Boca
e maçã,
Mordi
e beijei,
Suculenta
e langorosa,
Pois
não há análise
Que
me impeça
Tal síntese saborosa.
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