Preencheu
meu corpo
Com
hieróglifos menstruais,
Marcas,
linguagem
De
uma comunicação arcaica
Ainda
por ser decidida, criada, lida, falada.
Hieróglifos
daqueles simulados,
Como
próteses de algum tribalismo
Na
imaginação de uma lua escarlatina,
Na
noite que pesadelou um feminicídio
Em
meu corpo, mas se aqueceu
Na
pelagem de um cãozinho sangrento,
Encoleirado,
buscando, jocosamente,
Quem
decifrasse o indecifrável.
Às
vezes ela montava.
Comi
ração, pão, um pouco de mato.
Vaguei
na noite, aguardando o feitiço,
A
dose que a mim caberia, minha vitimização,
Entoei
odes à mutilação e ao sacrifício.
Minha
pele tatuada de vermelho
Seria
exposta na árvore escolhida.
Finalmente,
na natureza descansaria.
Mas
continuo engatinhando,
Vivendo
na tensão e no prazer
Do
ritual eterno, que nunca foi,
Nunca
é, nunca será.