terça-feira, 18 de maio de 2021

NATIMORTO

A massa do sonho

Rasteja na fronha,

Enrodilha o edredom.

Caliginoso, adrede

Adentra a boca

E adormece em seu halitoso

Esmegma.

A boca que desperta

Recondita, escova, redondilha

E cospe os sonhos do sonho.

O som do sonho, bochechoso,

É aquoso, e corre

Uma sombra de desejo,

Um fio de infinito

Que o ralo desfia,

Desfibra, deslinda, des

De que nasceu.

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