Um brilho bruxo no final do pingo de sua
saliva quem ama ama o que vem de dentro o sabor da saliva a queimação da urina
o odor das fezes ela sonha em experimentar o próprio seio esquerdo tento
procurar no Google como fazer quais
os procedimentos é preciso cuidado como jantar um pedaço da amada junto com ela a mais bela luz de vela seu sonho de nulificação vela seu desejo de me ver – voyeur - canibal range meus dentes matilha
me faz gostar do gosto e do odor das sujeiras que ficam na língua ao amanhecer –
minha e dela – seu cu cult como saído de filme francês pisca antes dos gazes
para que sua essência me transforme em mais perverso des Esseintes seu arroto
no momento exato das palavras finais sobre a écriture barthesiana para após outro arroto iniciar uma conferência
babenta sobre a riqueza com que Ricoeur absorveu o Estruturalismo e a semiótica
greimasiana e os transcendeu hermeneuticamente a meleca de seu nariz é mais
dourada que ouro tirado de nariz bilaquiano a cera de seu ouvido derrete na
boca como sorvete de baunilha ferido pelo sol do meio-dia a bege amarelada
marca cicatriz de nascença perto de sua virilha uma tatuagem a cobrirá ou não
tomara que não tomara que não tomara que não nenhum neologismo mot-valise carroll-joyce-rosiano irá
decifrar o enigma inominável desta marca cicatriz amarela e bege com a qual a
natureza a presenteou sou só boca sou só boca e todas as partes de meu corpo que
a leitura acabe.
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