Bebo
o sangue de Cristo
No
ketchup do McDonald’s.
Como
freira, uma atriz pornô
Em
um cartaz no fundo da locadora
(Já
almocei a missa),
Ri
de Alain de Botton.
Um
cão invisível late
E
eu mais vejo do que ouço o som.
Uma
atmosfera amorosa
Atravessa
a calçada com pressa
E
se concentra, talvez para sempre,
No
bolso da calça
Da
menina de cabelo azul.
Azul
que compensou a falta dele no céu.
Minha
cota de cotidiano
Escorre
um pouco com água
Para
um bueiro.
Observo
a polícia na rua, azulada.
Mas
há quase só milícia.
Algo
no dia me alicia.
Alguém
cita UPP e entendo PCC.
Isto
é sono.
É
delicioso sentar na praça,
Ao
sol, lagartinando,
Quando
se está com algum sono.
(Sou
muito provinciano.
Não
quero “vencer” na vida.
“Vencer”,
às vezes, é perder muito).
Minha
visão de mundo é estética,
E
no meio da província.
Muitos
mentem sobre o sexo.
A
biologia, por exemplo.
Gosto
de acrescentar um tom
Meio
ridículo em muito do que faço.
Uma
suave auréola coroa uma árvore
Algo
desmembrada.
Uma
bailarina enlouquece na rua.
Sua
dança desangula o dia
Em
seu mecanismo dito neutro.
Vejo
a barriga de uma grávida
Com
olhos de membro de grupo
De
Charles Manson e imagino
Quanto
o filho será parecido com a mãe.
Terá
de ter linhas tênues,
Como
aquela linha de lã
Que
traça o horizonte...
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