Uma
nuvem
Envolve
o último andar
De
um prédio:
Bigode
nietzschiano
Sustentado
pelo braço
Como
em famosa fotografia.
Um
inseto de fogo
Risca
o ar, arisco.
Talvez
uma abelha,
Com
a exclamação
Do
seu ferrão.
A
mendiga maluca
Está
sentada perto de mim.
Sinto
seu odor feroz
E
seus gatos miam perto dela.
Ela
grunhe, gesticula
Com
a voz estranha, distorcida
E
tento realizar, ludicamente,
Em
minha mente,
Uma
provisória postura estética
Que
aliasse Augusto dos Anjos
E
death metal.
Após,
vou tomar um café trufado
E,
como efeito de fantasia ditatorial,
Truffaut
trafega
Pelas
imagens dispersas
Que
minha imaginação desperta.
Café
trufado, depois um frappé.
Por
fim, um petit gâteau.
Tão
pequenos os gatos da mendiga,
Miando
seus gestos,
Mirados
para ela.
Também
mendigando restos.
O
bigode de Nietzsche
Já
deve ter esvaecido,
Tão
cofiado que foi.
Ele
esvaece onde não há
Vontade
de potência.
Um
sentimento de barbárie
Se
apossa de mim
Quando
engulo o último
Pedaço
de sorvete.
À
noite, gatos vêm brigar
No
meu telhado.
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