Um
cão com o focinho necrosado
Expõe
uma mutilação genital
Como
um angustiante troféu de sobrevivência.
Lambe
a mutilação, cheira, esfrega.
Alguns
jovens com camisetas de marca
Sonham
esfolá-lo,
Mas
a presença policial próxima encarcera o sonho.
O
cão baba mais uma vitória.
Quem
sabe um dia seja decapitado, mas não hoje.
É
assim que segue, como dependentes químicos
Ou
ninfômanos: um dia após o outro.
Os
bernes também ficam mais felizes
Na
perna manca sem pelo.
Antes
sem pelo que sem pele,
E
assim impele seus próximos passos.
Devora
o lixo com voracidade
Porque
a noite promete exigir fôlego.
O
cão adentra um ambiente frondoso
No
interior da praça.
Temo
persegui-lo,
Pois
há tempo temo (confesso) que algum animal
Me
mire e diga: “Chaos reigns”.
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