quinta-feira, 2 de maio de 2013

UMA METÁFORA FORA


Uma metáfora carmina sua boca.
Uma metáfora...
Pois sua boca se impressionou,
Ficou com a impressão de algo além dela nela.
Mas a metáfora só está na boca
E prejudicou a organicidade
Do todo simbólico que deveria ser seu corpo.
Metáfora deslocada,
De onde sua extra espessura?
Metáfora rosada, para camaleonizar a boca,
Esconder seu deslocamento.
Mas eu a percebo, e como camaleão
Lanço minha língua, que não a sorve.
Ela morde a boca, sangra os lábios,
E nada a demove:
Deslocada que não se desloca.
Vamos dormir...
Quem sabe amanhã, se tudo der certo,
Ela perde a espessura,
Como herpes tratado...
Carminada boca, já burana.

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