O
sangue e o esperma correm.
Como
construir a imagem deste sangue
E
deste esperma sonhadores
Que
seriam, se fossem, uma só imagem
Se
multiplicando como se o mundo
Fosse
artérias, veias e outras passagens?
Não
basta uma gota de sangue em cada poema.
Não
basta ver o mundo com outros olhos
E
nem a ausência de luz nos olhos.
É
preciso que nada baste
Para
alimentar este sonho
Do
sangue e do esperma ou do que seja,
Já
que tudo, por enquanto, ainda basta.
Qual
a origem, se é que possui?
Qual
o destino?
Um
útero além do horizonte?
Um
corpo indistinguível?
Mas
talvez tudo isto ainda bastasse.
Seria
preciso que nada bastasse.
Seria
preciso tudo
Para
que nada bastasse.
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