Me
posto perante a árvore,
Ela
também se posta perante mim.
Estou
descansado.
Ela
me fala das raízes
De
sua história antiga,
Sua
remota origem.
Me
fala de sua sexualidade dúbia
E
de suas oscilações,
De
seu baixo material e corporal,
Que
teme o desmatamento,
O
genocídio de sua raça verde.
Meus
pés estão descalços,
Inclusive
de discursos.
Sinto
o verde e a terra
Como
se quisesse encontrar raízes,
O
discurso da árvore.
Minha
língua vermelha
Nunca
será uma folha verde.
A
árvore continua falando
Enquanto
meus pés se esforçam
Para
irem mais fundo.
As
raízes de minhas veias arbustivas
Sangram
vermelho, igualmente.
A
árvore também descansa.
Compreendi
metade do que ela disse.
A
metade que não compreendi
Talvez
seja a mais importante.
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