Um
cão deformado me acena.
Ao
invés de uma poética cerebrina,
Me
late uma poética cerberina.
Quer
que eu transfigure a cidade
Através
da fosforescência do mal.
Mas
moro no interior.
Mesmo
assim a poesia está na rua:
Às
vezes cheira ipê em uma praça,
Outras
vezes, pastel de feira.
O
cão deformado não é Cérbero
Nem
o Demônio,
Pois
hoje não atualizarei nenhum mito.
Também
não haverá praia,
Como
deseja Paulo Henriques Britto.
O
que haverá é um banco
Em
uma praça com ipê,
E
um pastel, quase tão amarelo
Quanto
o ipê, na minha mão.
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