sexta-feira, 30 de setembro de 2016

NOVA LEGIÃO

É novinha.
A luz do celular,
Sempre à mão,
Favorece uma balada virtual
Na abertura do capuz.
Pequenas estrelas vermelhas
Cintilam em seu rosto,
Luzes amarelas
O contornam.
Traz todas as marcas
Da comunidade no corpo,
Na maneira de andar.
Hoje ela não teme
Andar na rua escura,
Talvez porque o celular
Tenha prendido demais
Sua atenção.
Sua roupa curta e justa
É a mais nova e bonita
Que tem, mas hoje
Ela não teme.
Para ela, hoje
O mundo acabará
Em funk.
E algo lhe diz
(O celular?
O funk?
A comunidade?),
Mesmo solitária,
No meio da escuridão,
Que novinha é identidade,
Mas que também é legião.

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