terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

ESTRIAS

O estriado do céu,
Do corpo feminino.
Um espasmo espalma,
Vertigina o celestino
Corpo, esparso
Até o infinito,
Em clima de Klimt.
As nuvens se reúnem,
Alegres dançam
Lacancan, após se cansam
De ser o Feminino
Que não existe;
Se refazem
(Não nascem, tornam-se):
Se abre o horizonte
Do Outro do Outro.
Outros animais devêm:
Lobas decuplicam
Sua matilha,
Se solidarizam.
(Lobos também avançam
Nas estrias do céu.
Alguns se escondem
No gozo pleno
De celulites).
A mãe dizia
Que nas nuvens
Se veem animais.
A mãe, triste
Como a flor bela
Que era Soror Saudade,
Não pôde ver, só,
Esta sororidade.


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