domingo, 12 de abril de 2020

SEM TÍTULO (O ALCOVITEIRO DA MORTE)

O alcoviteiro da morte
Me convida para sair.
Covid, para onde ir?
Coronal, flanar
Sentindo a fosforescência
Do mal,
Como antigamente,
Com espaço para,
Mais detidamente,
Ser seduzido pelo viço
Da mercadoria que sobrou?
Ou, coronários, circular
Por caminhos desabitados,
A não ser
Pelo cimento e edifício
Do que ainda forma
Não tomou?
Flanar utopicamente,
Sem saber se o futuro
É solidário
Ou se, no Capitalismo
Ou no Socialismo,
Lutaremos
No apocalipse zumbi,
Que por ora o assisto
Na Netflix, aqui?
Ou contar os mortos
Que o desemprego já matou?
Alcoviteiro,
Outro filme me chama:
É sobre epidemia
E quarentena.
Tanta mise en abîme.
Uma pena. 

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