terça-feira, 15 de novembro de 2022

SEM TÍTULO (BÁQUICAS E BAKÚNICAS,)

Báquicas e bakúnicas,

Ensaio de selenofilia

Pós-beck ou pós-Beckett,

As veias bailarinas, rúnicas,

Se aprofundam

Na noite do corpo,

Até que uma estrela sanguínea

Aponte um horizonte

De dança

Ainda mais aberta.

domingo, 24 de julho de 2022

OCUPAÇÃO

Uma ocupação felina

Desce por sua nuca,

Próxima aos cabelos,

E o corpo é público,

Propriedade privada

De privação,

Onde homens, mulheres,

Animais, vegetais, minerais

Revéis, linfáticos, ninfáticos,

Percorrem todo o corpo,

Mesclando os odores

Dos pelos, dos púbis,

Dos mucos, dos sucos,

Das hierarquias e plebes

Destituídas dos tecidos

E das peles.

Ao tocar seu corpo,

Todos os ecossistemas

Ecoam, econômicos,

Extensos, vastos,

Flores do mal

Envenenando de vida

Os templos castos.

quarta-feira, 6 de julho de 2022

SEM TÍTULO (A LUA, SINCOPADA,)

A lua, sincopada,

Sonha a sobrevivência

Na luz dos vaga-lumes,

Zumbiziguezagueante

Como uma promessa

Intermitente.

terça-feira, 18 de janeiro de 2022

LINGUAGEM SOMBRIA, SECRETA (SEM TÍTULO)

Linguagem sombria, secreta

É dos móveis na noite estática.

Só eles se movimentam, conspirando

Uma secreção do sentido, que estala,

Estufa, imperceptivelmente respira, quente.

Viscosidade que a noite não aclara,

Só sombreia, engolfa, só ajuda

No segredo, o compartilha

Na internalização do escuro.

Que horror do sentido conspira

Em sua suspensão tensa, que adormece?

Que crime, que suspeita sonolência e suavidade?

É dia, e os móveis sonham o sentido

Que lhes damos.