sexta-feira, 20 de julho de 2012


A vida é teatro
Que alguns dizem de máquina.
Eu digo de carne,
Teratológico, com o vício visceral
Da máscara exposed.
Mas é verdade que a máquina expõe.
Suponha que ouse
Uma musa de Chernobyl,
Repasto de câncer
Que nenhum médico viu,
Que o charme monstruoso
Do elefante assumiu,
Clitóris duplo com pênis no meio,
Infecundo, arabesco mal feito
No bico do único
Ou do terceiro seio,
Selo de garantia
De que Deus também é grosseiro
E de que no meio do belo
Sempre medra o que é feio,
Ânus com boca e olho saltado,
Nariz deslocado, membro com multiplicidade,
Alguém dirá o corpo legítimo
Da pós-modernidade;
Ausência de órgãos, caos errante
(Talvez eu, anacrônico, dissesse:
Tristeza hiante),
A musa de Chernobyl,
Na seção eating shit,
Seria alcunhada Chernobitch.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Soco de polícia fere tanto quanto de vândalo ou mais, por causa do peso da autoridade. Um playboy (inconscientemente) lautreamônico pensou que fosse Deus na sarjeta: defecou nele como defeca na companheira. Se os cabelos deste deus cair é por causa de doença muito agressiva. Se adquirirem vida é que uma espécie de poesia idealizada das ruas assumiu as rédeas de uma existência onde se fumam as eternas pedras no meio do caminho. Mas a poesia se manifestou na forma do amor. Prostituta ronin em busca de cafetão. Doença venérea em troca de café com pão. Enfim, o amor venceu. A doença foi bondosa com ela, ele e companheiros seus. Foi bondosa com que morreu. Não aproveitaram as oportunidades que a vida lhes deu: soco, fezes e vírus. Cada um escolhe seu caminho. Escolheram. A culpa é sempre de quem escolheu. Que alguma espécie de mídia ou escritura os transforme em mártires e depois os mandem para a mais profunda das valas do anonimato. A doença (?) os matou. E agora eu mato?!